restrição de crescimento fetal

Restrição de Crescimento Fetal: compreendendo riscos, sintomas e tratamento

Uma preocupação importante durante a gravidez é a possibilidade de Restrição de Crescimento Fetal (RCF), ou seja, atraso no crescimento do bebê. Neste artigo, explico melhor a definição de RCF, seus riscos, sintomas e a importância do diagnóstico precoce. Continue lendo para entender! 

O que é Restrição de Crescimento Fetal (RCF)?

A Restrição de Crescimento Fetal é o quadro que define o atraso no crescimento de um feto durante a gravidez. Isso significa que o bebê não está crescendo no ritmo esperado para a idade gestacional. 

Entre outras consequências, a RCF pode levar ao nascimento prematuro ou a complicações como até  o óbito fetal intra útero. No entanto, existe algo que podemos fazer para diminuir as chances de algum desfecho ruim.

Quais são os riscos da Restrição de Crescimento Fetal?

A Restrição de Crescimento Fetal pode ter várias causas e riscos associados. Alguns dos principais riscos incluem:

  1. Complicações no nascimento: quando há uma RCF na forma grave, ou seja quando há comprometimento do aporte de oxigênio para o bebê, pode haver dificuldades durante o trabalho parto, uma vez que o feto não tem uma reserva de energia e oxigênio para suportar todo o stress desse momento. Nesse caso, uma cesariana deve ser realizada. 
  2. Problemas de saúde após o nascimento: dificuldades respiratórias, hipoglicemia (baixo nível de açúcar no sangue) e problemas cardíacos são alguns dos problemas que o bebê pode enfrentar após o parto, por conta tanto do tamanho quanto da prematuridade que em muitos casos existe. 
  3. Nascimento prematuro: muitas vezes precisamos fazer o parto antes das 37 semanas para evitar o óbito fetal. Portanto, a restrição de crescimento fetal grave e prematuridade andam juntas. Mas tenha em mente que sempre o momento do parto deve ser ponderado em conjunto com os pais à luz das evidências científicas. 
  4. Desenvolvimento intelectual e físico comprometidos: crianças nascidas com RCF têm um risco ligeiramente aumentado de enfrentar atrasos no desenvolvimento cognitivo e físico.

Quais são os sintomas da restrição de crescimento fetal?

restrição de crescimento fetal

A Restrição de Crescimento Fetal pode ser difícil de diagnosticar apenas com base nos sintomas, pois muitos deles também ocorrem em gestações saudáveis. No entanto, existem alguns sinais de alerta que podem indicar a necessidade de investigar a possibilidade de RCF:

  1. Diminuição dos movimentos fetais: se a mãe perceber uma diminuição significativa nos movimentos fetais, isso pode ser um sinal de alerta. Converse com o seu obstetra. 
  2. Ganho de peso insuficiente da mãe: se a mãe não estiver ganhando peso suficiente durante a gravidez, isso pode ser um indício de RCF. Faça o acompanhamento correto durante o pré-natal, para garantir que tudo esteja dentro do esperado. 
  3. Pressão arterial elevada: a pressão arterial elevada na mãe é uma doença que pode impedir a chegada de nutrientes e oxigênio para o feto. Isso pode culminar em diminuição do crescimento do bebê.
  4. Exame de ultrassom anormal: o exame de ultrassom é uma ferramenta essencial para que possamos acompanhar o desenvolvimento do bebê. Por meio dele, conseguimos confirmar se o crescimento está dentro do normal ou se é preciso atenção. 

Como é diagnosticada a Restrição de Crescimento Fetal?

Para diagnosticar a RCF, precisamos estimar o peso do bebê e avaliar a circulação fetal e materna através do Doppler. Após isso, plotamos o resultado em um gráfico. Este gráfico mostra o crescimento do feto comparado ao crescimento de bebês da mesma idade gestacional, o famoso percentil.

Se o percentil está menor que 10, já ficamos atentos. Se estiver menor que 3, temos o diagnóstico formal de restrição de crescimento fetal. O Doppler é muito útil para sabermos o momento exato que temos que indicar o parto.

Tratamento e acompanhamento para casos de Restrição de Crescimento Fetal

restrição de crescimento fetal

No caso de um diagnóstico de Restrição de Crescimento Fetal (RCF), é fundamental estabelecer um plano de acompanhamento ultrassonográfico a fim de  garantir o bem-estar fetal. 

Esse acompanhamento é feito de forma semanal e em casos mais graves até diário, precisando, em muitos casos, de internação hospitalar. Abaixo, estão algumas das principais considerações:

Monitoramento regular

O monitoramento cuidadoso é essencial para avaliar o progresso da RCF. Isso inclui exames de ultrassom regulares para acompanhar o crescimento do bebê, o líquido amniótico e a saúde da placenta. Como já dito acima, a frequência pode variar de semanal a diário.

Acompanhamento com especialistas

É recomendado que gestações com RCF sejam acompanhadas de perto por obstetras especializados em medicina fetal. Por isso, caso o quadro seja diagnosticado, converse com um especialista. Isso evita a prematuridade desnecessária, assim como a taxa de óbitos fetais.

Diagnóstico de condições subjacentes

O tratamento da RCF pode incluir a investigação e tratamento de condições subjacentes na mãe e no bebê que podem estar contribuindo para o problema. Por exemplo, a pressão arterial elevada ou complicações como o Lúpus ou trombofilias podem ser tratadas para melhorar o fluxo sanguíneo para o bebê. Na parte fetal a pesquisa para malformações fetais e até síndromes pode ser indicada dependendo do caso.

Monitoramento da mãe

Em alguns casos, repouso da mãe pode ser recomendado para reduzir o estresse no feto e garantir que o bebê receba a quantidade adequada de oxigênio e nutrientes.

Parto antecipado

Quando o bem-estar do bebê está em risco, pode ser necessário realizar uma indução do trabalho de parto ou uma cesariana antecipada, com o objetivo de garantir um ambiente mais controlado e uma intervenção médica imediata, quando necessário.

Nutrição e suplementação

Também pode ser recomendado para a mãe ter acompanhamento nutricional para garantir que ela e o bebê recebam todos os nutrientes necessários. Vale ressaltar que não há evidência importante que mostre que um aumento no aporte calórico melhora o crescimento do feto.

Acompanhamento neonatal

Após o nascimento, bebês que enfrentaram a RCF podem precisar de cuidados adicionais na unidade neonatal para monitoramento de problemas respiratórios, controle de açúcar no sangue entre outros fatores. Portanto a escolha do hospital é de extrema importância.

Em resumo, a Restrição de Crescimento Fetal é uma preocupação séria que pode surgir durante o pré-natal, mas com um diagnóstico precoce, tratamento adequado e acompanhamento cuidadoso por parte da sua equipe médica, é possível promover a saúde da mãe e do bebê, garantindo, assim, um nascimento saudável e seguro.